Prêmio Inova e seus projetos inovadores
Por Yandra Martins* — O Prêmio Inova, promovido pela Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic) e pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) — com apoio da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) — consagra quatro projetos de institutos federais de educação durante o Painel Telebrasil Summit, evento ocorrido nos dias 2 e 3 de setembro, em Brasília, no hotel Royal Tulip. Na ocasião, reuniram-se CEOs de grandes empresas, autoridades do governo e lideranças empresariais com a finalidade de discutir inovação e conectividade.
Entre mais de 40 propostas inscritas, tiveram destaque um dispositivo que auxilia pessoas cegas a se deslocarem com segurança; um software capaz de analisar a fertilidade do solo; TVs boxes que seriam descartados e foram transformados em sistema de combate a evasão escolar e software que promete acelerar análise de notas de empenho no Tribunal de Contas. Marcos Ferrari, presidente-executivo da Contic, da Telebrasil e Conexis Brasil Digital, celebrou a iniciativa. “É uma honra entregar o Prêmio Inova a esses quatro projetos que mostram, de Pernambuco a Mato Grosso, de São Paulo ao Rio de Janeiro, como os institutos federais de educação têm um papel essencial em transformar conectividade em soluções práticas para a sociedade, reafirmando que inovação e pesquisa são motores do desenvolvimento do Brasil”, disse.
Projetos premiados
Em primeiro lugar, destaca-se o Rio de Janeiro, com equipe que reúne professores e alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Sockow da Fonseca. O software apelidado de Nemesis encontra-se em fase de desenvolvimento e validação, com proposta de aumentar capacidade de fiscalização e promover a transparência, além de garantir a eficiência no uso de recursos públicos através de análise de notas de empenho pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).
A análise ocorre de forma manual ou por amostragem, ou seja, o auditor faz a leitura de cada produto ou serviço para identificar se existem itens semelhantes.
Na segunda posição, o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) desenvolve software chamado SolIF, que atende cerca de 700 famílias de assentamentos rurais com a utilização do programa Solo Vivo, do Ministério da Agricultura e Pecuária, ao realizar análise da fertilidade do solo e, a partir dela, fornecer orientações para o correto manejo da terra e aumento da produtividade. Para o professor Luciano Lassanova, idealizador e responsável do projeto, o SolIF cria ponte entre dados laboratoriais e decisões agronômicas, o que torna os conhecimentos técnicos em acessíveis para o agricultor familiar. A parceria entre o Ministério e o IFMT não traz custos aos produtores.
O grupo de alunos do campus Salto do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), com intuito de combater a evasão escolar, transforma TVs boxes apreendidas pela Receita Federal em sistema que monitora frequência de estudantes no Instituto. Seis alunos e o professor Luís Henrique Sacchi desenvolveram sistema computacional que coleta biometria para registro de presença. O sistema IFSPresente contribui para o cotidiano dos professores, levando-os a ter uma base de dados confiável, que ao final da aula envia planilha para o professor com dados captados através do módulo Mobi Dig. A ideia dos participantes do projeto é disponibilizar o sistema a todos os campi do IFSP.
Em Pernambuco, o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) é destaque de acessibilidade do Prêmio Inova, com dispositivo acoplado a óculos que será utilizado junto a bengala que auxilia pessoas com deficiência visual a se deslocarem de forma segura. Ao utilizar sensores infravermelhos e ultra sônicos para detectar obstáculos e emitir sinais sonoros e vibrações para alertar o usuário de forma precisa e garantir autonomia e segurança. Junto ao óculos sensorial, aplicativo para aparelhos móveis oferece recursos, como, informações meteorológicas, detecção de luminosidade e assistência em transporte público. O objeto é comercializado pela startup Synesthesia Vision.
*Estagiária sob a supervisão de Ronayre Nunes