SaaS e Inteligência Artificial: Transformações Necessárias

A onda da inteligência artificial vem mexendo profundamente com o mundo do software como serviço (SaaS) e com a própria lógica da consultoria de software para as companhias. Na visão de Bruno Rezende, cofundador da 4intelligence, a transformação é inevitável, e já está em andamento, trazendo ganhos de eficiência e escalabilidade inéditos, mas também um choque nos modelos de negócios e em como se adota soluções tecnológicas.

“Qualquer jornada de SaaS, por mais bem desenhada que seja, ainda terá mais fricção do que um pedido em boa e velha linguagem natural”, resume o executivo, convidado do terceiro episódio do MVP Especial feat. Emerging Giants, da KPMG.

Segundo o especialista, na prática, a IA reconfigurará a experiência do usuário, eliminando a necessidade de percorrer telas ou preencher campos em plataformas – o foco é cumprir tarefas em pouco tempo e com o máximo em eficiência. “Nesse cenário, a IA permite pedir o insight no momento certo, de forma hiperpersonalizada”, afirma.

Essa hiperpersonalização analítica, segundo Bruno, tem potencial de quebrar até a lógica tradicional do SaaS baseado em assinaturas. Se antes a previsibilidade da receita era a grande vantagem, agora será possível entregar soluções customizadas, escaláveis e com boa margem — ainda que sem o modelo de subscription clássico.

O impacto não se limita às plataformas digitais. A consultoria, tradicionalmente difícil de escalar e dependente de relações humanas, também entra no radar de transformação. “O que a IA traz agora é a possibilidade de oferecer o suporte consultivo sem necessariamente colocar um consultor caro do lado do cliente”, explica Bruno. Ele ressalta que isso democratiza o acesso à inteligência analítica, permitindo que empresas obtenham explicações, cenários e recomendações com base em modelos avançados, mas a um custo muito menor.

Nesse cenário, SaaS e consultoria deixam de ser opostos para se fundirem em um mesmo modelo híbrido, no qual tecnologia garante escala e governança, enquanto a IA provê personalização e experiência. “O SaaS não morreu, mas será transformado”, afirma Bruno.

Crescimento acelerado com aquisições

Enquanto a IA muda as bases do setor, a 4intelligence avança em seu próprio plano de expansão. A empresa, que nasceu como consultoria e se transformou em plataforma tecnológica, está apostando em uma estratégia agressiva de aquisições para crescer no mercado. Um exemplo disso foi a compra de parte das divisões de macroeconomia e inteligência de mercado da consultoria LCA no ano passado.

O objetivo final é chegar a 2027 com R$ 100 milhões em receita, equilibrando novas aquisições e crescimento orgânico.

Agora, a meta é ampliar essa lógica de rollup, adquirindo empresas de serviços que possam se integrar à base tecnológica da 4intelligence. “Queremos comprar não só tecnologia, mas também confiança. São companhias com clientes fiéis e contratos de longo prazo, que podemos transformar com a introdução de tecnologia”, explica Bruno.

A conversa com Bruno Rezende é a terceira de uma série especial com os Emerging Giants da KPMG. Serão 14 episódios com os nomes da turma 2025 do programa que potencializa os nomes de maior destaque do ecossistema nacional.

Os papos se aprofundam em temas de gestão, liderança e a vida dos fundadores fora do LinkedIn e são conduzidos por sócios da KPMG e pelo jornalista e fundador do Startups, Gustavo Brigatto.

O feat. dos Emerging Giants no podcast MVP vai ao ar quinzenalmente nas redes do Startups e da KPMG. Escolha a sua plataforma de preferência (YouTube ou Spotify) e clique em um dos links abaixo.

Fonte: https://startups.com.br/negocios/como-fica-o-saas-na-era-da-inteligencia-artificial/

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